quarta-feira, 24 de março de 2010

nunca vou ser o mesmo novamente

You taught me how to love you, baby,
You taught me, oh, so well.
Now, I can't go back to what was, baby,
I can't unring the bell.
You took my reality
And cast it to the wind
And I ain't never gonna be the same again.

sábado, 20 de março de 2010

divisão de bens

Leve com você as fantasias de menina, as alegrias vividas, o cheiro seu que ainda resta por aqui. Leve o sonho dourado, aquela viagem planejada e as malas que insistem em não se desfazer.

Espero que você leve a casa decorada, os filhos correndo no jardim, o ateliê no quartinho, o vestido branco bordado com o anel que nunca foi meu. Leve também as noites ardentes, os desejos inquietantes, a sua impaciência em me despir e esses sussurros que hoje me ensurdecem.

Não esqueça de levar as lembranças da nossa casa de praia, das conversas até amanhecer, do vinho tinto malbec e dos seus apetrechos culinários que um dia saboreamos juntos. Leve embora as tardes de domingo, os filmes que assistimos abraçados, as brincadeiras compartilhadas. Não esqueça que você deixou comigo aquelas músicas, a guitarra que não consegui tocar e as incansáveis aulas de inglês, não erre em deixá-los com alguém da próxima vez.

Eu quero que os meus delírios, a minha intensidade e o meu desejo em viver feliz possam ter contagiado você. Guarde com carinho os sambas por mim cantados com um copo de cerveja gelado e as minhas crises de riso. Espero que em você tenha ficado o melhor de mim. Os desentendimentos podem ser jogados fora porque eles vão embora com o vento.

Os sorrisos, os carinhos, os beijos, a cumplicidade ainda são seus, o amor, está por aqui insistente. Cuide daquele brilho nos olhos das vezes em que te vi acordar com a cara amassada, dos momentos em que prestava atenção nas suas notas de rodapé entre um ou outro gole de café, sobre os livros que leu, os filmes que assistiu e os artistas que não conheci. São seus também o choro apertado, o sonho dilacerado, a desesperança e as noites insones que estão por vir.

Leve pra você tudo o que quis ser e não fui.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Café com poesia

Clariceando...

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

***

...Que minha solidão me sirva de companhia.que eu tenha a coragem de me enfrentar.que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Clarice Lispector

segunda-feira, 8 de março de 2010

A feminilidade


Nós, as mulheres!
Somos mães, esposas, conselheiras, trabalhadoras e donas de casa.
Ocupamos o mercado financeiro, somos economicamente ativas, mas batalhamos muito pra chegar até aqui.
Cantamos samba com louvor, batucamos nos botecos, dançamos com sensualidade e sabemos beber um aperitivo com muita classe.
Sabemos ser hostis, quando necessário, mas a sensibilidade é nosso charme principal.
Falamos de sexo, gostamos de atrair, amamos ser desejadas e que atire a primeira pedra aquela que não gostar de uma boa cantada, mesmo assim adoramos um romântico- a- moda-antiga.
A cordialidade masculina nos atrai, buquê de rosas, chocolates e qualquer truque, ainda que batido, funciona com facilidade para nos envolver, mas percebemos fácil quando a cordialidade está travestindo o 171 canalhesco.
Quando nossa inteligência é subestimada, provamos nossa capacidade racional com muita habilidade e crueldade.
Somos contemporâneas, hippie, descoladas e clássicas. Equilibramos nosso corpo em saltos nº20, fazemos depilação semanalmente, nos maquiamos e estamos sempre perfumadas.
Gostamos de uma boa música e não dispensamos boas companhias para um papo agradável. Falamos sobre política, economia e comentamos o último filme do Spike Lee.
Nós já queimamos sutiãs, somos filhas de Joana D’arc, admiramos Anita Garibaldi e agradecemos às 130 grevistas tecelãs mortas numa fábrica por deixarem de herança a nossa liberdade.




segunda-feira, 1 de março de 2010

sonhos

Eu preciso sonhar pois os sonhos movem minha existência e quando não os tenho fico assim: perdida!