quinta-feira, 26 de março de 2009

Partido em sintonia com a vida

por Luciano Siqueira*

Construir partido político no Brasil nunca foi fácil. Partidos efêmeros, conjunturais, sem nitidez programática predominam largamente em nossa história institucional. Do Império, passando pela República Velha e pelo período democrático de 46 a 64 aos dias que correm. Daí a peculiaridade do Partido Comunista que ontem, 25, celebrou 87 anos de existência.
Registrado em 25 de março de 1922 sob a denominação de Partido Comunista do Brasil, no livro 3 do Registro de Pessoas Jurídicas do Cartório do 1º Ofício do Rio de Janeiro, ao observador isento, mesmo ao mais eqüidistante ou até oponente, chama a atenção que uma agremiação partidária tenha perdurado tanto tempo, atuando ininterruptamente, no cenário político brasileiro. Mais ainda quando se sabe que nessas quase nove décadas, esse partido experimentou por raros momentos o direito constitucional de existência legal - sendo o mais longo o período atual, que já dura vinte e quatro anos, desde 1985.


Acontece que além de corresponder a uma necessidade objetiva, determinada pelo conflito social - a de uma representação ideológica, política e orgânica de uma classe, a dos proletários – o PCdoB aprende com a sua própria experiência, com a trajetória de lutas do povo brasileiro e com a evolução dos movimentos libertários no mundo. Amadurece arrostando desafios teóricos, políticos e práticos. Seus êxitos ou fracassos dependem diretamente da sua capacidade de compreender as mutações que se processam na sociedade; da natureza dos vínculos que estabeleça com a sua base social; e da habilidade com que se comporte em diferentes situações.


Nunca foi fácil a trajetória do PCdoB. Complexa, caracterizada por lutas ingentes, perseguições violentas e odiosas, absurdas restrições legais; por vitórias e insucessos; e por um complexo e sinuoso processo de formação de um embasamento teórico e político próprio, cujos resultados assinalam o entusiasmo com que os comunistas comemoram o 25 de março.


Não se trata apenas do fato de que o Partido ostente hoje um contingente de mais de 250 mil filiados e 100 mil militantes ativos, uma presença significativa nos movimentos sociais, um desempenho influente no parlamento, no governo da República e em estaduais e municipais. Trata-se, sobretudo, do fato de que o velho partido de 1922 se apresenta hoje renovado, moderno, ágil na abordagem da problemática mundial e do país, partícipe do esforço das correntes progressistas em busca de um projeto nacional de desenvolvimento.


Certamente este é, para o PCdoB, um momento de ricas reflexões e de homenagem a tantos militantes, destacados ou anônimos, que dedicaram a vida à causa socialista. E de alegria pelo reforço das suas fileiras com o ingresso de novos combatentes.

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=53126

E viva o Partido Comunista do Brasil!

Por onde eu passo,
Para onde vou,
Aos que eu encontro no caminho
e aos que têm o que falar de mim...
a característica predominante nas mais diversas opiniões é a de que sou militnte do PCdoB...
- Sim, com muito ogulho!

Sou filiada ao partido que traz em sua história, a história brasileira
Sou militante do partido que acredita na igualdade de direitos
Sou defensora da coletividade, da eqüidade e da liberdade
Sou do Partido Comunista do Brasil!
(com muito orgulho)

"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vidaEstes são os imprescindíveis"
Bertold Brecht

sábado, 21 de março de 2009

...

eu quero para sempre morar na feli(z)cidade!

segunda-feira, 16 de março de 2009

embaralhados

é porque eu nasci do inusitado e nele me firmei
o inusitado, irmão do acaso e amigo do meu coração
juntos, resolveram planejar uma mistura...
é bem verdade, que nem se deram conta da intensidade dessa combinação
mas o que parecia distante ficou muito óbvio
os corpos se embaralharam num ritmo perfeito
como numa coreografia muito bem ensaiada
sim, possivelmente já havia um ensaio ou um projeto do destino
seja lá como foi...
o fato é que os corpos depois de embaralhados se confundiram
e o que parecia dois virou um!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Café com poesia

Clariceando...

"... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente."

Clarice Lispector

quinta-feira, 5 de março de 2009

Rotina de uma velha estudante

Volto às aulas...
E encontro tudo igualzinho ao dia que estreei como cientista social em potencial
As mesmas escadas que culminarão no mesmo segundo andar do CFCH;
Os mesmos ventiladores quebrados;
Os mesmos barulhos de shows que atrapalham a aula e fazem com que a aula acabe mais cedo;
As mesmas reclamações de falta de professores e disciplinas escassas;
A mesma fila imensa para tirar xerox em Biu e Zenaide, interessante que toda vez que começa o semestre Biu sempre diz: - Opa minha amiga, voltou a estudar!... eu nunca entendi bem o que ele quer dizer com voltou, mas sempre respondo que voltei;
As mesmas conversas fiadas intercedidas pelas mesmas risadagens de corredor, e isso é a parte mais saborosa (que essas se mantenham, mesmo que deslocadas para outros corredores);
Os mesmos lanches em Belloto e as mesmas lorotas dele para todas as meninas;
Os rostos variam um pouco, é verdade, exceto as do pessoal do movimento estudantil que vira a cara para mim acreditando piamente que eu represento um perigo a cada semestre, esses são interessantes porque existe uma certa rotatividade mas os novos sempre ficam sabendo que existe uma criatura do mal chamada Camilla Iumatti (é capaz de qualquer dia virem falar mal de mim para mim mesma rs);
Os amigos guerreiros, ainda bem, continuam os mesmos, com algumas lacunas representativas ao nosso meio;
Só o entusiasmo que não é mais o mesmo, nem o meu nem o dos meus...
O fato é que não vejo a hora de me formar, que já está mais que na hora, ou já passando dela...
Adiante marotinhos rumo à 2014 (?)

domingo, 1 de março de 2009

A globo tá de mais!

A cada dia que se passa tenho a nítida certeza de que vivemos num mundo louco permeado por uma série de disparidades sociais que são sustentadas pela hipocrisia burguesa e fortalecidas pela empáfia midiática que tenta persuadir os seus consumidores com suas manipulações "fantásticas" para a manutenção do seu status quo.
Agora pouco assisti a uma contradição gritante da nossa gloriosa rede globo... E foi fantástico (?)
Uma reportagem sobre os municípios brasileiros com o menor Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, que tem Manari aqui em Pernambuco liderando as cidades de menor IDH brasileiro, me deixou engasgada...
De maneira sensacionalista a reportagem explorou a miserabilidade daquele povo, acontece que depois que um operário pobre e nordestino (ah! Pernambucano, do mesmo Estado das famílias de Manari) se tornou presidente, falar de pobreza e miséria está em alta...
A falta de água, de suprimentos básicos, de instrução, de perspectivas, não superou a falta de moral da mídia.
Pouco antes, num dos "escapismos" globais fui telespectadora de uma reportagem imbecil que se preocupou em mostrar de maneira enfática e infinitamente idiota a glória de um cachorro vira-lata que se aventurou em entrar na Sapucaí no dia do desfile das escolas de samba do grupo especial.
O bravo cachorro foi devidamente adotado por uma heroína imbecil que explicou psicologicamente a atitude do cachorro e foi enaltecida pela bravura e extremo altruísmo em adotar um cachorro de rua.
Como diria o Quanta Ladeira... a globo tá de mais!
Fiquei me perguntando: o que danado a globo está tentando provar?
Será que o bravo vira-lata é mais digno do que as famílias daqueles municípios?
Será que a atitude altruísta de “psicólogos de cachorros” é mais eficaz do que atitudes que enfrentem o nosso real problema?
Às vezes fico com a impressão que a mídia brasileira coloca um nariz de palhaço em todos nós e pior com a nossa concessão!
Enquanto isso a família de Manari está agora comendo um combinado de água, óleo e farinha...
E viva a hipocrisia!