sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

c'est la vie



Há tempos em que nos aventuramos a segurar um momento com as mãos. Um instante. Aquele Instante. Preciso. Não. Impreciso. Mas exato. Aquele exato momento em que o sorriso torna-se sereno. Como quem deseja que ele aconteça permanentemente. Mas a vida é regente. E a vida. Ah a vida! A vida sempre sabe o que faz.

Há tempos em que temos uma trégua. Quando de presente ganhamos um repouso. Na superfície. Só pra dar cabimento aos mergulhos ainda mais profundos. Como quem necessita ir lá em cima tomar um folego e retornar à labuta. Mergulhar. Na alma. Nos dias. Na vida. E a vida. Ah a vida! A vida sempre sabe o que faz.

Há tempos em que entendemos que os momentos passam. Só para dar cabimento a todos os outros que virão. Esvaziar-se do que está cheio. E encher com parcimônia tudo novamente. E a vida, meus caros. Ah a vida! A vida sempre sabe o que faz.


C'est la vie!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

na batida da claquete


E na batida da claquete. Outro cenário. Novos protagonistas. Sorrisos largos. Acolhedores. Conforta a lacuna deixada por quem ficou. Encontros. Desencontros. Reencontros. Constantemente. A vida que segue, dirigindo o seu próprio roteiro. Roteiro sem rumo. A direção não definimos. Na batida da claquete, tudo muda. Resta seguir. Fé no caminho. No tempo. E em nós mesmos. Deixar-se aquietar. A vida é sempre generosa.

sábado, 28 de julho de 2012

escrevi pra você parte II






Escrevi pra você. Por você. Pelo amor. O de Deus. E o seu. Nosso amor. Escrevi o nosso amor. Lacuna dos dias. Agonia das noites. Noites frias. Insones. Vazias. O vazio de você que ficou por aqui.

Escrevi palavras sinceras. Às vezes palavras tristes. Noutras felizes. Escrevi pra você. E me fiz nua. Crua. Humana. Escrevi minhas fraquezas. Humanas fraquezas. E medos humanos. Dos humanos? O crédito.

Escrevi pra você. E falei de amor. Brinquei de amar. Arrisquei em sonhar. Escrevi para compartilhar. Os momentos. Desalentos. E glórias. Escrevi para me aproximar.

Escrevi sob o o mesmo céu que você habita. Mais colorido um pouco. Escrevi o amor. Discorri sonhos. Destilei desejos.

Escrever. E isso é tudo o que posso oferecer.

terça-feira, 5 de junho de 2012

licença poética

O mundo engole o tempo. E a vida. Vida que segue em passos largos. Apressados. Estressados. A fumaça. E o frio. Deixam embaçados os olhos curiosos. Sedentos. O mundo não tem deixado o espaço da poesia. 

A vida clama por poesia. Aquele lirismo poético que faz a gente rir de si mesmo. Falta um pouco mais de poesia. Faltas substanciais. Falta de mim. Ecos dos nossos vazios.

O vazio que embrutece a alma. A vida clama por olhos risonhos. Resta o rosto sisudo. Pele enrudescida. Como as mãos calejadas do sertanejo. Rude. Grossa. Dura. Dureza que esconde a fragilidade. Aqui de dentro pode se ver: Cuidado frágil. Fragilidade que não desencoraja. Mas amedronta.

Sim. A vida pede mais licença poética.

sábado, 12 de maio de 2012

escrevi para você

A vida segue no mundo de cá. Muitas descobertas a cada dia. A saudade persiste.O mundo de lá que ficou. E as despedidas. Dolorosas despedidas. Como não poderiam deixar de ser. 

Extrair do concreto a poesia. Sim, cá existe muito lirismo. E frio. Esfria a carne e o coração. Carne do coração? Não. Coração é músculo involuntário. Foi Marisa quem falou. Coração que pulsa involuntariamente por você. Você. Escrevi para você. Estratégia para preencher o vazio que ficou.

A vida girou. Mas não foi 360 graus. Não voltou ao mesmo ponto de partida. Ato falho. Foi para outro extremo. A vida deu meia volta. Mas não voltou. Fez as malas e se foi. Mudou de endereço. De cidade. E de trabalho. Gratificante trabalho. Mais uma estratégia para preencher o vazio de você. 

A vida sem você. Desalento. Saudade. Vontade. Esperança. Esperar o dia em que nossos caminhos se reencontrarão. No infinito dos tempos. Encontrei você e não perco mais. Seu caminho desemboca no meu. Espero. Espera. A vida tem paciência.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mundo Novo

Um misto de medo e coragem. A vida brinca de girar. Giro em 360 graus. Um estranho novo mundo. Mundo novo. Mundo estranho. Estranheza existencial. Quando pela primeira vez, eu me estranho. A primeira pessoa do singular sendo posta em evidência numa vida de tantas coletividades. O outro versus eu?

Sigo em passos firmes. Lentos. Mas firmes. Como quem tenta entender a nova esfera. Um misto de coragem e medo. Vontade. Aquela vontade de que o mundo congele para dar cabimento às mudanças. Às minhas mudanças.Tortuosas. Sinceras. Incertas. Incertezas que não tolhem as decisões. Deciões que embaralham a vida.

Vida que segue. Engole o tempo. Transita no novo mundo. Eco de outras vidas. Noutro coletivo. Eu e o coletivo. Sociedade que anseio. A espera que se concretiza. Assim se espera. Lentamente. Felizmente.Quando um ciclo se encerra para abrir tantos outros.


quarta-feira, 4 de abril de 2012

gerar amor


E eis que um ciclo se fecha para dar cabimento a tantos outros. Como no choro de uma criança recém nascida rompendo o tempo da sua geração. Os 9 meses e um fruto que nasce em forma de amor verdadeiro.

Nos nossos 9 meses 'geramos' companheirismo, compreensão e paciência, exercício crucial para o nascimento do amor na forma mais humana de amar, não sem erros, mas na busca persistente do acerto.

Nos nossos 9 meses semeamos o melhor que pudemos oferecer um ao outro, não sem esmorecer, porque isso também é humano, mas insistimos no respeito e na reciprocidade.

Nos nossos 9 meses comemoramos o nascimento sim, o nascimento da promessa que nossos olhos fizeram quando se reconheceram.

quinta-feira, 8 de março de 2012

sobre as coisas que eu não sei


Eu não sei existir sem entrega. Às vezes eu preferia ser menos canceriana. A vida quis assim. A vida me fez assim. Intensa e abissal. De uma profundeza tão profunda que às vezes me perco e quando retomo tenho sempre escoriações que doem na alma.

Eu não sei lidar com o efêmero. Relações que vem e vão não me interessam. Relações frívolas me dão cansaço. Eu sempre me perco no tempo. E o tempo da frivolidade é rápido demais para toda essa profundeza que há em mim.

Eu não sei conviver com interesses. Custo acreditar que há maldade. Eu sempre acho que no mundo existe bondade. E me decepciono facilmente quando tenho que lidar com a maldade alheia.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

conto momesco



Certo dia meu ego e meu superego brigaram, na confusão abriram as porteiras que prendia o Id, que escapou ileso e fugiu rua à fora. Mas o Id, que não é besta nem nada, escondeu-se por trás do alter ego e com toda a sua liberdade criativa foi ocasionar. Ocasionar é a parte da farra onde cabe tudo e mais um pouco e não dá pra denominar. Foi uma panacéia na cidade. O Id não achou pouco e juntou-se a meio milhão de Id's disfraçados com seus respectivos alter ego's e durante 4 fervorosos dias brincaram visceralmente. Quanto lirismo havia por ali! Não fui eu, foi meu eu-lírico, respondia sagáz o meu Id quando interpelado sobre os impulsos instintivos. Mas um dia a festa acabou, e foi justamente numa quarta-feira de cinzas.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

para você



Nunca desejei felicidade plena. Não sou de me iludir facilmente. Felicidade plena é tão subjetivo. E eu sempre tive dificuldades em lidar com aquilo que não é palpável. Desejei sim, uma vida tranquila. A ideia de tranquilidade sempre me pareceu mais alcaçável. E fui atrás. E, minimamente, consegui. Até você chegar. Bagunçando um juizo, sempre desajuizado.

Você disse que era possível. Eu acreditei. Permiti que minhas certezas se tornassem menos cristalizadas. E abri a janela da vida para novos horizontes. Um dia você me estendeu a mão e disse, vem. Eu fui. Não sem medo, mas fui. Aceitei aquele convite para dançar. E deixei-me levar pelos seus acordes. Somente seus. Um dia você disse que me amava. E, porque você disse, eu acreditei

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

o vento e o tempo



O vento sempre se encarrega de levar os desentendimentos. O mesmo que leva também aquilo que na verdade nunca importou. O vento só não leva são os aprendizados. E o tempo perdido com preocupações tolas. O tempo. Senhor de todas as coisas. Este sábio de bigodes brancos aprendeu a ser paciente. Resta a essência. Esta ninguém leva. Entre o tempo e o vento. A fé perene no amor. A fé no amor e na certeza de que cedo ou tarde os acordes sempre voltam a tocar no ritmo certo.