quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

considerações sobre a minha intensidade

Às vezes tenho a vaga impressão de que se um dia Almodóvar me conhecesse ele me chamaria para protagonizar um desses filmes onde os tons vermelhos sobressaem aos azuis expressando-se ardentemente intensos, é claro que esse meu delírio me deixaria numa posição muito confortável, sendo a protagonista de um filme de Almodóvar eu me sentiria a própria Penélope Cruz e cá pra nós, eu arrasaria!
O fato é que nem sou boa atriz nem sou Penélope Cruz (ahhhh), eu sou essa pessoa aqui procurando ajustar os ponteiros da intensidade gritante e vermelha que há em mim.
Hoje entendo que a minha intensidade expressa essa vontade viver os momentos como se eles fossem acabar no próximo minuto, e não é que realmente acabam? Isso me deixava numa ansiedade terrível para extrair dos momentos tudo o que ele podia me oferecer, hoje sei que eles acabam, mas é só pra dar cabimento a tantos outros.
A verdade é que, como tudo na vida, esse aspecto também tem mudado em mim, e hoje estranho em deparar-me com uma certa mansidão e paciência. E não é que isso é bom?! Ter calma para se posicionar melhor em algumas situações e até sair de cena, muitas vezes são fortes aliados para um olhar mais apurado da vida.
A única coisa ruim nisso tudo é que não irei brilhar em Cannes no próximo filme de Almodóvar, que barra heim?!

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