quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Imagina o Brasil ser dividido


As manifestações recentes de preconceito e discriminação contra o Nordeste na internet têm me afetado de maneira preponderante. Não apenas por ter sido vítima no tempo que passei em São Paulo onde o tratamento por "baiana", "baianagem" e adjacentes era comum, mas por saber que o preconceito, em suas mais diversas manifestações, está presente na vida do brasileiro de maneira velada, onde todo mundo finge que não vê.


Cheguei à São Paulo com 6 anos de idade e já na escola enfrentei a dificuldade em ter amigos por ser "baianinha", com o tempo passei a negar minhas origens como forma de auto afirmação. Hoje, madura, de volta à "terra dos altos coqueiros", sou vítima de preconceito por ser uma mulher independente numa sociedade machista, entre tantos outros.


Manifestações preconceituosas atingem milhares e milhares de pessoas e, entre negros, gay's e as famosas "minorias", ficamos sempre escondendo os preconceitos nossos de cada dia. Por um lado, tais manifestações públicas têm sido importante para que o Brasil veja que não existe a tão proclamada "democracia racial, étnica e de gênero", e ainda que tenhamos no poder uma mulher que está sucedendo um operário nordestino, precisamos avançar muito.


Preconceito gera consequências sérias para a formação do indivíduo e ao convívio social. O índice de suicídio entre os homossexuais é cada vez mais crescente, fruto de uma não aceitação social, negros assassinados por serem confundidos com criminosos é algo presente também, dentre tantas outras.


"Imagina o Brasil ser dividido e Nordeste tornar independente". O Nordeste não é sinônimo de miséria, passamos anos sem atenção de governos federais e por isso temos ainda uma carência tecnológica e financeira face ao Sul/Sudeste, estamos avançando, o Brasil está avançado e a mentalidade das pessoas permanece estagnada.

2 comentários:

André Maciel disse...

Essa história toda do Twitter lembra bastante 2008, quando o Sport foi campeão da Copa do Brasil e o Brasil se dividiu em dois.

Mas o ser-humano, em especial o brasileiro, é preconceituoso por natureza. Eu mesmo aqui em Recife sofro por "ser" matuto (nasci em Recife, mas vivi 10 anos no interior e adotei a cultura e costumes de lá).

Enfim, ser-humano é um problema sério...

Milla disse...

pois é André como disse são os ruídos dos preconceitos nossos de cada dia!

volte sempre nos fragmentos!