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terça-feira, 13 de novembro de 2012

na batida da claquete


E na batida da claquete. Outro cenário. Novos protagonistas. Sorrisos largos. Acolhedores. Conforta a lacuna deixada por quem ficou. Encontros. Desencontros. Reencontros. Constantemente. A vida que segue, dirigindo o seu próprio roteiro. Roteiro sem rumo. A direção não definimos. Na batida da claquete, tudo muda. Resta seguir. Fé no caminho. No tempo. E em nós mesmos. Deixar-se aquietar. A vida é sempre generosa.

quinta-feira, 8 de março de 2012

sobre as coisas que eu não sei


Eu não sei existir sem entrega. Às vezes eu preferia ser menos canceriana. A vida quis assim. A vida me fez assim. Intensa e abissal. De uma profundeza tão profunda que às vezes me perco e quando retomo tenho sempre escoriações que doem na alma.

Eu não sei lidar com o efêmero. Relações que vem e vão não me interessam. Relações frívolas me dão cansaço. Eu sempre me perco no tempo. E o tempo da frivolidade é rápido demais para toda essa profundeza que há em mim.

Eu não sei conviver com interesses. Custo acreditar que há maldade. Eu sempre acho que no mundo existe bondade. E me decepciono facilmente quando tenho que lidar com a maldade alheia.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Café com Poesia: Ana Jacomiando

Tomara
Ana Jácomo



Tomara que a neblina das circunstâncias mais doídas não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer para ver também um bocadinho de céu.



Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem da confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor.



Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de busca a ideia da alegria.



Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão da felicidade.

Tomara.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

o solo da sua guitarra

No toque da guitarra desconcerto. Concerto para a vida. A vida compassada. Naquele acorde que busquei. O solo da guitarra que tanto sonhei. Você. Acordando os meus compassos. Compassando os meus acordes. Tem cor de música. Cheiro de madrugada. Som de sol quando se põe. Coração palpita. Pulsa. Salta. Cambalhota. Anseia sempre a sua chegada.


Passeio em movimentos acelerados. Compassados por uma guitarra. Errante. Vibrante. Excitante. Eu gasto as horas à sua espera. Consumo do tempo. No contratempo. Queimo por dentro. Brasa. Fogo. Chama. Combustão de sentimento. A pele rubra. De raiva. De desejo. A vontade de você que invade a alma.


Você metade, eu inteira. Consumido pelas horas de prazer. Subtraido pelo desejo da mulher. Eu que sempre estive ali. Escutando seus acordes. E no toque da sua guitarra dancei para vida. Eu que amei você mesmo antes de conhecê-lo. Na minha curiosidade procurava entender quem éramos. Eu que nunca fui sem você.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

auto retrato



Memória, juízo e sorriso frouxos. Nem sempre doce. Muitas vezes sabor meio amargo. Combina com café. Minha paixão. Porque coca-cola é meu vício. Coca-cola e café, ótimas companhias ao meu cigarro. Mentolado. Café, coca-cola, cigarro e sexo. Não necessariamente nessa ordem. Noturnamente.


Insone por falta de opção. Ou seria por opção? Sexo, cigarro, coca-cola e café. Sim, eu me mantenho acordada velando o sono da cidade. E tenho muito sono de manhã, como Chico, o Buarque.


Nem sempre chata. Nem sempre simpática. Respeito bem as fases da lua. Preocupada, quase sempre. Eu sempre tenho pressa. Coca-cola, café, sexo e cigarro. Sempre.


Nunca sou metade. Sou inteira. Intensa. E abissal. Vivo dos extremos. Amor? Só se for de muito. Inteiro. Não procuro metade. Quero tudo. Ou nada. Espero entrega. Sim, eu estou entregue. E assim me traço. Entre outras paixões, meus tragos e goles de amor, sexo, cigarro, coca-cola e café.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

haikai infantil





acorda

a corda

a cor da

infância


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

à sua espera


O silêncio ensurdece o ouvido. Coração que anseia a chegada. A vontade de você consome as horas. E os minutos vagam na eternidade. Bagunça do juízo. Desajuizado. Espera. Desespera. Exaspera. Esperar até desesperar. Insisto. Desisto. Não, insisto. Insisto e não desisto. Essas horas que passam sem a sua presença. Remete à solidão de outrora. A espera amarga. A magra espera.

O silêncio rompido no portão. Abre o ferrolho da esperança. Coração salta em disparada. É a sua chegada. Escapole o sorriso. Incontrolado. Desconcertado. Desordenado. Você de volta. Felicidade. No meu colo. A zumbizar. Vagueia no mundo. Mas volta sempre à tempo. Pro meu sorriso despertar.

domingo, 22 de maio de 2011

num encontro eu encontro

Encontro entre tantos desencontros. Como quem passeia alheio num jardim. Jardim secreto. Entre flores, o reencontro. Surpresas. Amores. Os desamores esquecidos no caminho. Um novo dia, nova luz. Sol e chuva se fundindo no arco-íris da alma.

Encontro o aconchego do espírito. Repouso para vida no colo da felicidade. Com rede preguiçosa que convida o afago. Apago o que não foi. Portas abertas para os dias de sol.

Encontro o que cabe aqui dentro. Nos braços que esperaram o abraço. Nos corações que esperaram as canções. E veio o solo. Alegria. Quando o sorriso vem de dentro e dissipa no vento. Num sopro de uma ventania. Voou e se alojou dentro da alma. Um elo que não se desfaz.

Encontro e não perco mais.

domingo, 24 de abril de 2011

desejos ruidos


Noite fria. Escuridão, calmaria e silêncio. Silêncio obsceno. Como aquela nota invadindo os sentidos, no solo da guitarra inquieta que perturba o juízo. Juízo desajuizado. Ruídos de dentro. Por dentro? Desejos ruidos. Empoeirados em algum lugar do passado. O presente que deseja o futuro. Inquietude. Incêndio. Excitação. O frio da noite aquece o corpo. O corpo treme. O desejo invade. Um corpo entregue quando a alma ainda hesita. Naquele momento em que um solo quebrou o silêncio. E o calar da noite abriu as portas para os ruídos da ruína. Um novo ciclo que se abre até amanhecer.


domingo, 16 de janeiro de 2011

a saga da mulher solteira - parte IV


Se tem uma coisa difícil de administrar na solteirice nossa de cada dia, seu João e dona Maria, é a danada da falta de intimidade. Adão e Eva fora do paraíso, sem roupa em plena Conde da Boa Vista meio dia de sol rachando!

A falta de intimidade é o fim das relações. O que dizer? O que fazer? Pra onde vou? Ilha de Lost dos relacionamentos, sem passagem de volta, fera. E se ache viu? Complicação pra mais de metro nesse mundo de meu Deus.

É como o primeiro dia de trabalho que a gente não sabe bem onde colocar as mãos. Dá preguiça só de pensar em conhecer a figurinha premiada do pacote de ruflles sabor salsa e cebola. Cebola? Nem pensar. Que dirá alho, nem bugalhos minha cumadê.

O perfume tem que ter a dosagem certa, nem doce, nem cítrico, muito menos amadeirado, algo do tipo lavanda Johnson, saca? Para não ter o perigo do brotinho sair correndo de enjôo pelo seu exagero nas gotas de esperança.

E o que escolher pra jantar? É bom estar ciente se o macho alpha tem essas frescuras da pós-modernidade que promete vida longa, algo do tipo lactovegetariano e essas coisinhas verdes que nos deparamos por ai. Se rolar e não for sua praia gata, melhor não insistir, você terá dor de cabeça mais pra frente e remédio homeopático não vai funcionar, quem avisa amiga é.

Cama. Lascou. Essa parte sem intimidade é o fim. Nem tanto pelo ziriguidum, mas acordar ao lado de um carinha que você não tem a menor liberdade é tarefa para corajosas. Quando dormimos todas as nossas armas baixam guarda. Hálito das incertezas do amanhã de manhã. Toda aquela super produção do dia anterior, make up ultra potente, tubinho preto, salto 20, não vão esconder o seu cabelo assanhado e a cara amassada da manhã seguinte minha cara Audrey Hepburn. Nem vão disfarçar aquela remela preta de lápis borrado. E se você caprichou no rímel pode ter certeza que a figura vai pensar que dormiu com uma ursa panda. Se garanta viu?

E o que falar? Vixi Maria. Tem que ter a habilidade de um orador de formatura pra dosar as palavras desse português ruim, nessa ocasiões melhor beber com moderação. É que a censura é inversamente proporcional ao teor alcoólico da noite bem sucedida. Tentar manter o equilíbrio entre o que se quer falar e o que se pode falar não é tarefa fácil, às vezes escapa um "eu amo teu cheiro", e o carinha certamente vai se assustar, como você ama o cheiro do broto legal, se você está conhecendo ele agora minha amiga dona de casa? Tenha calma, vá com um pé no freio e o outro na embreagem que é melhor pros 4, sim pra você, pra ele e pros próximos que virão.

Relações sem intimidade é como saltar de pára quedas, pode ser muito bom, mas tem chance de ser desastroso. Intimidade é o tempero do love story. É um caminho sem volta, sem tarja preta nos olhos do amor. Solteiras do mundo, uni-vos pela intimidade necessária nas relações do dia a dia, mesmo que na manhã seguinte ele seja página virada descartada do seu folhetim.


O Rei já sabia e ensinou:


terça-feira, 19 de outubro de 2010

haikai doido

dor dói
dói dor
doido
(por você)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

aquele ponto final


porque toda razão / toda palavra / vale nada / quando chega o amor

terça-feira, 5 de outubro de 2010

da ressaca de um the end II

Depois do the end no centro da tela. Os créditos finais. Fade out, fade in. E começa o filme II parte I: Prometo.

Uma chuva de promessas. Um toró daqueles pesados. É mais promessa que o Estádio do Santa Cruz todinho implorando à Deus, Jesus, Jeová ou Maomé para tirar a cobrinha da série "D".


É promessa de tudo quanto é tipo meu nêgo e minha cumadre, é um tal de “eu juro não ser tão passional”, “prometo não me entregar tanto na próxima empreitada amorosa”, “eu juro que vou me amar mais”, e por ai vão as promessas nossas de cada decepção.


São as promessas da ressaca do fim. Tão fluídas como as da cachaça mal sucedida, como regime de segunda-feira e das nobres mudanças de fim de ano.


Promessas devem feitas, mesmo que elas não saiam da sua posição original, apenas promessas!

Prometa, mesmo sabendo que você não vai cumprir. Pelo direito nobre de prometer. Invente mundos fantásticos de alguém que levou uma queda do cavalo branco daquele bandido e será socorrida pelo príncipe. Prometa se cuidar mais, ser mais racional, evitar DR’s, ser madura. Prometa. Que mal faz uma promessa não cumprida?


Jure de pé junto, mesmo sabendo que ao próximo cheirinho no cangote você possivelmente vai esquecer tudo o que prometeu. Vai se entregar como uma louca, vai ser intensa, passional e cometer os mesmos erros tudo de novo. Ou vai me dizer que o próximo macho alfa que aparecer galanteante na sua frente não vai te deixar com borboletas no estômago? Pra cima de mim dona Maria?


Pelo direito irrestrito de amar demais, mesmo que seja tudo somente sexo e amizade.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

da ressaca de um the end I

dor passa
passa dor
passador
passado

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

[ . ]

silêncio que emudece a palavra e ensurdece o pensamento.

sábado, 4 de setembro de 2010

quero

um olhar sincero
um toque de desejo
uma palavra de carinho
quero amor verdadeiro
sua cabeça na minha,
sem culpa
quero sinal de vida,
desejo e fogo
noites ardentes
um convite para sair
uma mensagem no celular,
no e-mail ou num bouquet
quero beijos de paixão
sem compaixão
é muito querer?

domingo, 29 de agosto de 2010

a curiosidade nossa de cada dia


O mundo é movido pela curiosidade. Não fosse por ela, o nosso ancestral cabeludo lá das cavernas não tinha nem sequer raspado uma pedra na outra para saber no que ia dar. O que seria de nós sem os tantos curiosos, bisbilhoteiros e, quem sabe, fuxiqueiros pelo mundo. Leonardo Da Vinci, Santos Dumont, Thomas Edson...

As redes sociais provocam certo voyerismo cibernético. Todo mundo bisbilhota, mas finge que nada acontece. Sites de relacionamento são como a porta do cabaret: despertam a curiosidade das pessoas e se você abrir um pouquinho tem sempre alguém que mete o pé e tenta escancarar a bodega. Cedo ou tarde você será a próxima vítima.

A satisfação é uma necessidade humana potencializada pela web. Os curiosos de plantão agradecem, vasculham e viram de ponta cabeça para se inteirar um pouco mais. Não basta ser bisbilhoteiro, é preciso participar, repassar e movimentar esta máquina que move a curiosidade nossa de cada dia.

Um clic e estão lá, as informações escancaradas. Desafetos, amigos, amigos de amigos, todos participam. Bendito seria James Bond se houvesse a seu favor a internet. A cada dia proliferam 007’s mundo a fora a investigar vidas alheias, munidos com a banda larga para facilitar o trabalho. O mundo pertence aos curiosos. Voilá curiosos do mundo, uni-vos!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

erotismo cibernético

" Entra no msn, lá te dou o meu orkut, assim poderemos twittar a noite toda e eu vou poder ver teu twipic."

E a senhora ao lado, depois de se benzer, pensou: "que baixaria!"

domingo, 22 de agosto de 2010

démodé

Do sonho infantil em desfilar seus pequenos passos como dama de uma noiva num prenuncio da felicidade à adolescência antiquada em debutar em valsas com longos saiotes vintage, suspirava ilusões de um tradicionalismo que a sua vida não comportaria.
Nasceu na tão proclamada sociedade alternativa, mesmo sendo a mais conservadora de todas.
Amante às tradições que enfeitavam o romantismo com requintes de princesa, era a sua origem cigana que lhe impunha a informalidade, como numa ceia ao chão, regada a vinho e ouro roubado.
Sentia que sua personalidade era igualmente roubada a cada sonho frustrado, ainda assim nunca deixou de cevar os sonhos, como quem cuidava com resignação de um frágil animal de estimação, pois eram deles que se alimentava.
Acreditava piamente no amor, e nunca no mundo havia permitido em deixar-se desacreditar. Era o amor que a movia.
Parecia que havia saído de um conto clássico, filmado em preto e branco, num cenário estranho a qual jamais pertencera.
E era estranho o abismo que dividia a intensidade vermelha daquela vida imposta sem consultas prévias àquela que alimentava a silenciosa ilusão de uma vida démodé, com véu e grinaldas amareladas.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

a sorrir

Enquanto os dias passam procuro observar as nuances da vida com lunetas nos olhos, tento ver de perto os movimentos espirais do destino, como aquele compromisso pré agendando, inadiável. É certo que muitas vezes deixamos passar. Dor de cabeça, mal estar, ou derivados, não amenizam a responsabilidade de cumprir a agenda.

Nos preocupamos. Desgaste comum de uma vida pós moderna cheia de questionamentos, pressões. O fato é que cedo ou tarde a vida clareia com o passar daquela nuvem pesada, mas é só pra dar cabimento a outras tão ou mais pesadas quanto, seria como o velho adágio do frio conforme o cobertor.

O essencial é descobrir que a vida dá cabimento ao sorriso. E ainda resta em mim a capacidade de sorrir, da vida, das decepções, das alegrias e vitórias. Menos mal, não fui contaminada.