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sábado, 5 de fevereiro de 2011

e a saga se emancipou


A saga da mulher solteira se emancipou e resolveu fazer carreira solo. Abandonou esses fragmentos quem vos fala e está alçando vôos sobre a solterice nossa de cada dia. Está com novo endereço e visitas serão sempre bem vindas. Visitas íntimas também serão bem acolhidas, mas sempre que puderem levem contribuições sobre os apontamentos e desapontamentos da mulher solteira perdida na vastidão da pós modernidade. E você filho de Adão, contribua com dúvidas e opiniões. Lembrando que respeito é bom e faz bem pra boa convivência.

Porém, a separação não foi traumática para nenhuma das partes, por isso os fragmentos continuará no ar, como sempre tentando acessar as profundezas do inconsciente. Contribuições também serão bem vindas, comente rapá, fale dona maria, que mal faz um comentário? Se exponha vá, grite suas angústias nesse mar de descompassos ritmados pelo coração.

Divirtam-se no blog a saga da mulher solteira. E venham chorar no ombro dos fragmentos.


domingo, 16 de janeiro de 2011

a saga da mulher solteira - parte IV


Se tem uma coisa difícil de administrar na solteirice nossa de cada dia, seu João e dona Maria, é a danada da falta de intimidade. Adão e Eva fora do paraíso, sem roupa em plena Conde da Boa Vista meio dia de sol rachando!

A falta de intimidade é o fim das relações. O que dizer? O que fazer? Pra onde vou? Ilha de Lost dos relacionamentos, sem passagem de volta, fera. E se ache viu? Complicação pra mais de metro nesse mundo de meu Deus.

É como o primeiro dia de trabalho que a gente não sabe bem onde colocar as mãos. Dá preguiça só de pensar em conhecer a figurinha premiada do pacote de ruflles sabor salsa e cebola. Cebola? Nem pensar. Que dirá alho, nem bugalhos minha cumadê.

O perfume tem que ter a dosagem certa, nem doce, nem cítrico, muito menos amadeirado, algo do tipo lavanda Johnson, saca? Para não ter o perigo do brotinho sair correndo de enjôo pelo seu exagero nas gotas de esperança.

E o que escolher pra jantar? É bom estar ciente se o macho alpha tem essas frescuras da pós-modernidade que promete vida longa, algo do tipo lactovegetariano e essas coisinhas verdes que nos deparamos por ai. Se rolar e não for sua praia gata, melhor não insistir, você terá dor de cabeça mais pra frente e remédio homeopático não vai funcionar, quem avisa amiga é.

Cama. Lascou. Essa parte sem intimidade é o fim. Nem tanto pelo ziriguidum, mas acordar ao lado de um carinha que você não tem a menor liberdade é tarefa para corajosas. Quando dormimos todas as nossas armas baixam guarda. Hálito das incertezas do amanhã de manhã. Toda aquela super produção do dia anterior, make up ultra potente, tubinho preto, salto 20, não vão esconder o seu cabelo assanhado e a cara amassada da manhã seguinte minha cara Audrey Hepburn. Nem vão disfarçar aquela remela preta de lápis borrado. E se você caprichou no rímel pode ter certeza que a figura vai pensar que dormiu com uma ursa panda. Se garanta viu?

E o que falar? Vixi Maria. Tem que ter a habilidade de um orador de formatura pra dosar as palavras desse português ruim, nessa ocasiões melhor beber com moderação. É que a censura é inversamente proporcional ao teor alcoólico da noite bem sucedida. Tentar manter o equilíbrio entre o que se quer falar e o que se pode falar não é tarefa fácil, às vezes escapa um "eu amo teu cheiro", e o carinha certamente vai se assustar, como você ama o cheiro do broto legal, se você está conhecendo ele agora minha amiga dona de casa? Tenha calma, vá com um pé no freio e o outro na embreagem que é melhor pros 4, sim pra você, pra ele e pros próximos que virão.

Relações sem intimidade é como saltar de pára quedas, pode ser muito bom, mas tem chance de ser desastroso. Intimidade é o tempero do love story. É um caminho sem volta, sem tarja preta nos olhos do amor. Solteiras do mundo, uni-vos pela intimidade necessária nas relações do dia a dia, mesmo que na manhã seguinte ele seja página virada descartada do seu folhetim.


O Rei já sabia e ensinou:


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

a saga da mulher solteira - parte III

Também faz parte da saga da mulher solteira a famosa e maravilhosa dor de cotovelo. São momentos épicos, quase um ode à dor. Um ritual sagrado de culto à saudade. São momentos em que as lembranças chegam em avalanche e a pessoa degusta com prazer.

Tem que ter trilha sonora, claro. E quanto mais deprê mais o momento fica triunfal. Waldick Soriano sempre é boa companhia das dores dos desamores. Torturando esse ser que te adora, vamos desfrutando do nosso momento, só nosso. Acenda um cigarro e beba mais um gole. Momentos como esses são intensos e passam rápido.

Pelo direito nobre de roer. Roa ratinha solteira, o rei de Roma te deixou na sarjeta da solidão. No melhor estilo brega, aumente o som e viva a sua dor de cotovelo. Que mal faz uma roedeira? E quem nunca roeu que atire o primeiro copo.

Nelson Gonçalves que o diga. Mestre em cotovelos roxos ele vivia a dor com a beleza de um amante. Corria pra um botequim, cantava as mágoas de um caboclo solitário no regresso à boemia. Tudo na mais perfeita classe.

Mas seu mundo não caiu cara Maysa contemporânea, se avexe não cumadre, que a tampa da sua frigideira uma hora aparece. Mesmo que furada, um cacareco, é a sua tampa, do seu número, vai te servir muito bem.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

a saga da mulher solteira - parte II


Uma das coisas mais deprimentes que a solteirice nos proporciona, minhas cumadres, é a tal da cantada mau sucedida. Aquelas que fazem a gente pensar que merecia um illustrator na edição do texto do bonitão. Incrivelmente ruins, nos remete a mais uma dúvida de tantas que o estado civil solteira nos proporciona: dar aquele fora que vem na ponta da língua ou respirar fundo e fingir que não é com você?

São tantas bizarrices que os filhos de Adão atiram julgando ser nossos ouvidos verdadeiros pinicos da vovó, que estou montando um glossário, digno de diário de campo de uma antropóloga que pretende fazer uma observação participante para análise etnográfica. Começo hoje um ensaio das três piores que escutei nos últimos tempos.

Cantada Djavan - Aquela que o cara pensa que está impressionando mas na verdade é um grande mico.
De madrugada eu já pagava a conta quando escutei:
- Solteira?
- Sim, mas fechada pra balanço.
- Eu posso ser o peso da sua balança!
Consideração 1 : de onde ele tirou que eu havia falado balança e não balanço?
Consideração 2: Presunçoso não?

Cantada Papagaio de Pirata - Aquela que pega carona numa determinada situação. Essa acontece bastante com mocinhas fumantes e sempre tem o álibi: me empresta teu isqueiro?
Foi assim que aconteceu numa noite em que eu e mais duas amigas bebíamos e fumávamos, não necessariamente nessa mesma ordem, com fortes intercaladas de boas risadas. Entre uma e outra baforada, o carinha disparou:
- Eu já pedi tanto o teu isqueiro que é melhor eu sentar aqui.
- De jeito nenhum querido.
- Jura por Deus?
- Juro por Deus, Maomé e Jeová.
Consideração Única: Ele mereceu o fora que levou.

Cantada Jonny Bravo - Quando o macho alpha se sente o gostosão, imprescindível, único, e entre tantos adjetivos é um grande paspalhão. Essa acontece quase sempre com metrossexuais, é incrível, mas é fato.
Eu estava dançando sozinha, quando me aparece aquele metro e me diz:
- Você merece alguém bonito como eu.
- ?????
Consideração Única: Fingi que não era comigo.

Dá pra tu? Aconteceu, virou manchete.


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

é a pós modernidade - a saga da mulher solteira I

A saga de uma mulher solteira em tempos de amores liquidos é mais difícil que a vida da pitomba em boca de banguelo. Complicação digna de tese de pós doutorado em Oxford. E bote complicação nisso.

Em pleno século XXI, a mulher pós moderna ainda padece do preconceito masculino. Machismo é o gesso que imobiliza a mente do homem. Pode ser o mais descolado ou o mais almofadinha que existe no mercado, fatalmente ele irá te julgar no momento em que se sentir inseguro. Não se trata de uma discussão de gênero, sexista e desnecessária nesses fragmentos tolos, é o desabafo de uma mulher perdida nesse meio de mundo de pós modernidade.

E exagere ai na dose de dúvidas. Muitas e em avalanche. O que fazer quando aquele macho alfa que exala testosterona aparece cheio de amor pra dar na balada? Partir pra cima? Ele pode me achar jogada. Ficar na minha? Pode achar que não tenho interesse.

A situação piora cara amiga e minhas imagem-semelhantes quando pescamos o bonitão. Aceitar o convite de ir pra cama de prima, assim de testa mesmo? Muitas mulheres guardam seu tesão pra impressionar o cara. Eu sou dessas mulheres que só dizem sim, mas aceito como prenda a ligação do dia seguinte, a massagem no ego e o disfarce de que tudo não é apenas sexo e amizade.

Homens às vezes dá enfado. O preconceito com mulheres independentes é tão previsível que a máxima do antes só do que mal acompanhada vira rotina na vida de muitos rabos de saia que conheço, na minha inclusive.

Não meu amigo cafa, não me ligue somente para os finalmentes numa madrugada fria qualquer que você foi o perdedor. Seje homi rapá. Diga mais que sou linda, massageie o ego dessa cria de suas costela, que mal faz nisso? Ligue para comentar o seu dia, diga que escutou Neil Young e se lembrou daquela conversa que tivemos, mesmo que seja mentira. Mentiras sinceras me interessam. Afinal você é um homem ou um prato de papa?

O medo, talvez seja a variável mais decisiva nesses momentos. Take it easy, baby, não mordo em condições desfavoráveis. Sim, sou inteligente,você não vai me dobrar fácil, tenho independência financeira, e blá blá blá, não me venha com esse papo de medo de se apegar que isso está mais desatualizado que o dedal da minha tia avó. Se jogue hombre, que a distância da sua queda é a mesma que a minha.

É, bem que Bauman avisou, são tempos de amor líquido.

Então, aprenda com Leonard Cohen: