a volta

pois bem,
é chegada a hora!
(eu bem que sabia que essa hora chegaria)
passagens marcadas, só de ida
as despedidas...
regadas a muito lamento (para os daqui)
é que resta muita tristeza para quem fica
as malas já estão prontas
à propósito, estão ali na sala gordas e sorridentes
roupa, sapatos, óculos, nada disso tem dentro delas
as superficialidades não são usuais por lá
só levo o coração cheio de tudo o que não importa por aqui
sim, claro! deixo por aqui tudo o que me fez vazia
aos meus aconselho visitar-me
fará bem a alma
estou indo embora daqui a pouco
volto de vez para Marte!

o sofrimento nosso de cada dia

o sofrimento é um negocinho interessante
egoísticamente ele dói só dentro da gente
e a única pretensão dele é essa mesmo:
fazer doer o que tem pra ser doído dentro de cada um
mas ainda assim o danado bota pra doer dentro dos que estão mais próximos da gente...
ô bichinho ruim!

é isso!

a loucura é pressuposto da racionalidade humana.

descobri isso!

o fim da eternidade

às vezes eu tenho medo das relações humanas
é incrível como elas podem ser efêmeras
mesmo que nos pareçam, por um dado período, eternas
fatalmente elas se esvaem com o fim da convivência
e o que nos restam são as lembranças oníricas de um para sempre que chegou ao fim...

o rumo

eu sabia!
meu destino tinha rumo
e o rumo está no prumo certo
ele acabou de desembocar naquela estrada
que me leva pra dentro de você...

" na esquina do sonho com a razão"

seja bem vinda

tudo bem!
foi ela quem me trouxe até aqui hoje
sem muita inspiração
e à contragosto, digo logo viu?!
mas foi ela quem ordenou
e quando ordena tenho que respeitar
ela disse que eu tinha que assumir...
tá certo, sem problemas:
- eu tenho medo de escuro!
e quando isso acontece
é ela que me matém acordada
até clarear o céu soturno...
Dona insônia é narcisista e manda em mim!

Dois dedos de prosa

Eu bem que tentei buscar nas letras a tradução do que tenho vivenciado nos últimos tempos...
O fato é que não tive êxito no meu intento.
Tentei me inspirar na lembrança do arco-íris que hoje eu vi (sim! aquele do qual hoje mesmo eu tive proseando nessas minha bobagens cotidianas).
Um arco-íris lindo e colorido apontando sorridente para o pote de ouro que guardou para mim...
Foi quando notei que eu não sei se no novo acordo ortográfico arco(-) íris tem hífen ou não!
Unf... Decepção!
As letras são limitadas demais para traduzir a pureza daquele colorido.
Desisti... e resolvi guardar egoisticamente aquela beleza só pra mim.
Pensei ainda em falar sobre as borboletas, que têm me acompanhado com dedicação e têm me brindado com a leveza que lhes são peculiares durante todo esse tempo.
Mas eu não gostaria de ser redundante!
Então me conformei em noticiar a minha vida aos que me são caros.
É, nada mais que dois dedos de prosa
Aos quais foram capazes de traduzir sem muitos floreios o que tenho sentido nos últimos tempos...
Numa breve retrospectiva do mês que passou
Eu tive a certeza de que sou hoje uma pessoa essencialmente feliz!

" Na leveza e na doçura

de ser feliz"

ah felicidade!

eu encontrei meu pote de ouro no fim do arco-íris!